
Os estudos sobre a segurança das sementes realizados na Guiné-Bissau, no Burkina, no Senegal e no Togo reconheceram o papel crucial desempenhado pelas mulheres na segurança das sementes, tendo recomendado o fortalecimento do papel das mulheres nos sistemas de sementes geridos pelos agricultores e uma garantia da autonomia dos agricultores na proteção da qualidade das sementes.
A apresentação dos resultados dos estudos decorreu na quinta-feira, 23 de outubro de 2025 durante o “seminário de Advocacia para a Segurança de Sementes e valorização do papel da mulher na Soberania Alimentar” realizada em Bissau no quadro do projeto EGALE-AO, com o objetivo de promover a advocacia para a soberania alimentar, valorizando o papel chave que as mulheres têm nela através das sementes e saberes associados.
O ato de abertura foi presidido pelo presidente do Instituto Nacional de Pesquisa Agrária, Quintino Alves na companhia do representante da ONG canadiana Inter Pares, Eric Chaurette e do Diretor Executivo da Tiniguena, Miguel de Barros. Estiveram presentes várias instituições do Estado, comunidades locais, organizações locais, organizações internacionais parceiras na implementação do projeto.
Os estudos recomendaram a necessidade de estabelecer bancos comunitários de sementes para a identificação e conservação de sementes, de apoiar a pesquisa participativa e a capacitação em produção e conservação de sementes. Recomendaram igualmente consciencializar os agricultores sobre as políticas e leis relativas às sementes e reconhecer as organizações de agricultores como autores-chave na segurança e soberania das sementes. Desenvolver um quadro jurídico que reconheça os direitos dos agricultores às sementes e o papel crucial dos sistemas de sementes camponesas para garantir a segurança e a soberania alimentar. Garantir a promulgação de políticas que apoiem a segurança e a soberania das sementes.
Também se realizou a exposição de sementes locais das diferentes comunidades participantes visando contribuir para o aumento e troca de conhecimento e técnicas de conservação e promover a valorização do saber tradicional, da biodiversidade agrícola e do papel central das mulheres agricultoras na preservação da vida e da sustentabilidade alimentar na Guiné-Bissau.
O projeto EGALE-AO é financiado pelo governo canadiano através da Global Affairs Canadá e é implementado em rede com Burkina, Senegal, Togo e em parceria com a ONG canadiana Inter Pares. Visa reforçar a igualdade de género e promover as práticas agrícolas resilientes às mudanças climáticas junto das mulheres, jovens e lideranças comunitárias.