
Durante o Fórum Nacional de Advocacia Para os Direitos das Mulheres as organizações comunitárias de mulheres das regiões de Bolama, Bafatá, Quinará e Oio entregaram ao governo através do Instituto da Mulheres e Crianças um documento de advocacia pelos direitos das mulheres e pela soberania alimentar para influenciar e promover a igualdade de direitos entre homens e mulheres bem como melhores condições de trabalho.
O documento contém os resultados e as recomendações dos fóruns regionais face aos seguintes principais desafios: acesso à terra e aos recursos produtivos agrícolas; acesso ao financiamento e crédito; Combate a vulnerabilidade das mudanças climáticas; criação e melhoria das infraestruturas que facilite o escoamento, o armazenamento e a comercialização dos produtos e a representação das mulheres nas estruturas de decisão.
O Fórum juntou mais de oito dezenas de participantes, com destaque às autoridades governamentais, organizações nacionais, executores do projecto, e as comunidades beneficiárias do projecto com o objectivo de proporcionar às mulheres debater e advogar pelos os seus direitos junto às autoridades.
O ato de abertura foi presidido pela Presidente do Instituto da Mulher e Criança, Edneusa Figueiredo, em representação da ministra da Família e Solidariedade Social que reconheceu os desafios com que as mulheres se deparam, assim como o contributo que têm dado na manutenção e subsistência familiar.
Após a receção do documento a representante da ministra reiterou sua determinação, na qualidade de governante, de elevar ainda mais o documento de advocacia dos direitos das mulheres desenvolvido no âmbito do projeto EGALE-AO.
O diretor executivo da Tiniguena, Miguel de Barros afirmou que na África, a agricultura não pode existir sem a presença feminina, sendo essa atividade maioritariamente sustentada por elas e a sua representatividade como força motora desta prática corresponde a 70%. Mas que as mulheres continuam a ser marginalizadas e discriminadas e desprovidas dos seus direitos. Contudo defendeu a implementação de políticas afirmativas consistentes para reverter as situações que as mulheres são obrigadas a enfrentar.
Em representação da ONG Canadiana Inter Pares, Fernanda Abanda, manifestou a disposição da sua organização em oferecer suporte e viabilizar iniciativas relacionadas à agroecologia inteligente e às mudanças climáticas para alcançar mais números de beneficiários do projeto.
Durante o fórum foram discutidas questões relacionadas com os desafios e obstáculos enfrentados no desenvolvimento das atividades produtivas das mulheres, tais como a desigualdade, a marginalização e vulnerabilidade, bem como apresentaram propostas para fazer face a esses desafios.
O projeto EGALE-AO está a ser implementado desde 2022 na Guiné-Bissau, Burquina Faso, Senegal e Togo, e é financiado pelo governo canadiano através da Global Affairs Canadá.
Na Guiné-Bissau, é executado em parceria com a ONG feminista canadiana Inter Pares em 26 comunidades nas regiões de Bafatá, Bolama-Bijagós, Quinara e Oio focando-se no trabalho de reforço da igualdade de género e promoção de práticas agrícolas resilientes às mudanças climáticas junto das mulheres, jovens e lideranças comunitárias.