
A Tiniguena e a Associação para Cooperação entre os Povos (ACEP) lançaram esta segunda-feira, 10 de fevereiro o projeto “Moransa di Kultura” que irá influenciar na dinamização de cooperativas e eventos de economia criativa, na capacitação de agentes culturais, na promoção de valores culturais positivos e na mudança de comportamentos.
O evento decorreu na sede da Tiniguena e juntou várias individualidades ligadas à cultura, associações ligadas à cultura e organizações da sociedade civil.
Presidindo a cerimónia a diretora Geral da Cultura, Cynthia Cassamá, admitiu a limitação do Estado no que tem a ver com a promoção da identidade cultural, e que o projeto contribuirá para a dinamização do sector cultural, gerando renda, emprego e promovendo a diversidade cultural que contribuirá para a transformação e transmissão de valores culturais guineenses às gerações futura.
Na sua intervenção o diretor Executivo da Tiniguena, Miguel de Barros explicou que “Moransa di Kultura” irá trabalhar para salvaguardar a originalidade e autenticidade do património cultural guineense permitindo à Guiné-Bissau, escrever tudo aquilo que são as suas potencialidades dentro de um quadro internacional.
“Carnaval, crioulo e Nturudu não são apenas patrimónios nacionais, mas são patrimônios culturais imateriais mundiais que não têm a sua valorização porque não existe um quadro jurídico e político que permita a orientação dos monumentos nacionais”, explicou.
O Embaixador de Portugal, Miguel Cruz Silvestre, realçou que o projeto mostra o compromisso assumido pelos dois países (Portugal e Guiné-Bissau) na sua dinâmica económica e identitária e que ele será um contributo para o sector cultural.
A presidente da ACEP, Fátima Proença disse que o Morança di Kultura é um percurso de chegada das organizações envolvidas (Tiniguena Ad e ACEP), que partilham os mesmos sonhos e angústias. No domínio da economia criativa sua organização tem trabalhado desde 2013 com artistas e criadores de todo o PALOP, através de pesquisas sobre a economia criativa, que mostraram a necessidade de influenciar a definição de políticas publicas direcionadas ao sector criativo e cultural devido à falta de valorização dos trabalhos dos empreendedores criativos e direitos autorais.
O projeto “Morança di Kultura” financiado pelo Instituto Camões tem a duração de três anos e visa contribuir para existência de um ecossistema favorável ao desenvolvimento da economiacriativa através da criação de serviços culturais geradoras de renda e baseada na profissionalização dos serviços artísticos. O projeto será implementado em parceria com ACEP cobrindo as áreas da economia criativa, políticas públicas culturais e do empreendedorismo, que procurará impulsionar o sector na Guiné-Bissau, a partir do reforço da Fundação MoAC Biss, contribuindo para a criação e dinamização de um polo cultural, de apoio à organização da bienal da arte e cultura de Bissau e de processos de influência para melhorar o quadro jurídico de proteção a artistas nacionais.