
As quatro comunidades (Gã-Basse, Madina Sara, Bantandjam e Sintchã Suto) da região de Bafatá escolherem a aldeia de Madina Sara como dirigente da comissão regional de seguimento e monitorização dos compromissos assumidos pelo governo local na melhoria de condições de produção agrícola, de associativismo, de promoção de igualdade de género e de liderança feminina.
Durante o Fórum Regional de Advocacia pela Promoção da Igualdade de Género e dos Direitos das Mulheres realizada no quadro da implementação do Projeto EGALE-AO, ocorrido no dia 27 de fevereiro na cidade de Bafatá que juntou mais de 60 participantes provenientes das comunidades de Gã-Basse, Madina Sara, Bantandjam e Sintchã Suto. Também tomaram parte as autoridades tradicionais e religiosas, a organização política das mulheres (Plataforma Política das Mulheres), o deputado (Adulai Baldé), o governo regional (Secretário regional, Pequeno Manfada e o administrador de Bambadinca) e o Director Executivo da Tiniguena.
No encontro discutiram-se as problemáticas que afetam essas comunidades referentes às temáticas abordadas pelo projeto: igualdade de género; produção agrícola; e, associativismo e liderança feminina.
Onde concluiu-se que ainda persistem problemas que afetam sobretudo as mulheres, tanto no seu envolvimento comunitário nos espaços de tomada de decisão quanto na melhoria de condições de vida doméstica e nos trabalhos produtivos no campo. As alterações climáticas estão a dificultar os cultivos. Ainda persiste o conflito entre criadores de gado e agricultores. Há pouco investimento nas escolas de alfabetização para adultos que na maioria são constituídas por mulheres, falta de descentralização dos serviços em Bissau.
Recomendou-se um acompanhamento técnico às bolanhas e hortas para compreender como evitar as inundações e diminuição de rendimento agrícola, disposição de máquinas que facilitem no cultivo, na criação de um calendário agrícola e de pastagem e ao mesmo tempo a estabelecer as zonas de lavoura e de pastagem para evitar conflitos entre os agricultores e criadores de gado.
Encorajar mais investimento na promoção da justiça social e nas escolas de alfabetização para que as mulheres possam se sentir mais emancipadas e ao mesmo tempo para poderem desenvolver a ousadia de estar nos espaços públicos e de tomada de decisão.
A descentralização dos serviços de legalização, ou seja, a criação de um gabinete regional que possa servir única e exclusivamente para atender os casos das legalizações das associações comunitárias.
Perante essas conclusões e recomendações às autoridades regionais de Bafatá unanimemente admitiram suas limitações em atender as necessidades ansiadas pelas suas comunidades e comprometeram-se usar suas influências para a aquisição e disposição de materiais agrícolas, isenções de taxas fiscais aos transportes adquiridos no âmbito do projeto.
O Projeto EGALE-AO é financiado pelo governo canadiano, através da ONG Feminista INTER-PARES, que visa reforçar a igualdade de género e melhorar o acesso e controle dos recursos económicos pelas mulheres rurais na Guiné-Bissau.