Nos dias 28 e 29 de abril de 2024 a ilha de Formosa acolheu cem jovens no Fórum Jovem Ambiental, organizado pela Tiniguena no âmbito do projeto de Ação Climática Feminista na África Ocidental (ACF-AO). Este Fórum tinha o objetivo de proporcionar aos jovens, alvosdo projeto um espaço de partilha de informação e tomada de decisão em torno das mudanças climáticas e da desigualdade de género. Com o lema “Juventude engajada contra as alterações climáticas e para a igualdade de género” o encontro regional reuniu delegações de jovens das ilhas de Canhabaque, Orango, Soga, Uno e das ilhas Urok (Formosa, Nago e Chediã).
Os participantes deram voz aos interesses das suas comunidades através de discussões em grupo e um debate em plenária onde se chegou à conclusão que eles estão conscientes das mudanças climáticas a acontecer à volta deles, dos impactos sobre as suas comunidades, e como as relações de género entre homens e mulheres afetam as suas vidas. Notaram que é preciso mais sensibilização nas bases sobre estes assuntos e mais educação – feminina e ambiental. Precisam também de reforçar as associações juvenis, inclusive as associações femininas, com meios, pessoas e conhecimentos. Estas foram algumas das conclusões alcançadas neste Fórum, do qual saíram várias prioridades e passos para melhorar a realidade destes jovens e das suas comunidades.
Em conversa, Julmira João da Silva, da ilha de Uno, mencionou que eles fazem cada vez mais esforço para conseguirem o mesmo ou um inferior rendimento e que isso obriga muitas raparigas a ter de “escolher entre ir à escola ou ir buscar dinheiro”. Já Luís Brás de Pina, da ilha de Canhabaque, notou que temos todos um papel na sensibilização para mais consciência ambiental e que as mulheres não podem ser deixadas para trás. Para além dos delegados de cada ilha do Fórum participaram também o Diretor Executivo da Tiniguena, Miguel de Barros, e o Gestor de Programas da Inter Pares, Eric Chaurette, parceiro da Tiniguena.
ACF-AO é um projeto de adaptação às mudanças climáticas com foco nas mulheres rurais, jovens, e comunidades indígenas, considerados mais vulneráveis aos impactos destas mudanças. É financiado pela Global Affairs Canada, através da ONG canadiana Inter Pares, em parceria com a Tiniguena.
