MULHERES DE BRANDÃO BENEFICIAM DE HORTA COM SISTEMA DE BOMBEADO SOLAR PARA O SEU PERÍMETRO HORTÍCOLA

A Tiniguena em parceria com a ONG Feminista Canadiana Inter Pares procedeu na quarta-feira, a entrega do perímetro hortícola de 5 hectares com sistema de bombeamento Solar a comunidade de Brandão, sector de Tite, região de Quinará.
A construção deste perímetro hortícola é no sentido de melhorar as práticas agroecológicas, a utilização de tecnologias apropriadas para produzir e transformar os alimentos locais produzidos por mulheres. Ele irá beneficiar mais de duzentas horticultoras.
Brandão a semelhança de outras aldeias do país enfrenta escassez de água para consumo, sua população é obrigada a percorrer quilómetros à procura da água, onde são obrigadas a pagar por cada 20 ou 25 litros 25 francos, e a horticultura funcional era tida como um mito, mas que agora transformou-se numa realidade. Tendo beneficiado de quatro torneiras e um depósito e todos os 5 perímetros vedados.
A cerimónia da entrega juntou representantes do governo regional e sectorial, comunidade e equipa da Tiniguena que também testemunharam a assinatura do acordo de cedências de espaço a favor da comunidade.
Presidindo a cerimônia, o administrador de Tite, Xavier Djú agradeceu a Tiniguena pela ajuda que tem dado às aldeias que compõem o sector, particularmente a aldeia de Brandão. E exortou a população de Brandão a manterem-se unidos e empenhados nos trabalhos do desenvolvimento da aldeia com ou sem intervenção directa das Organizações não governamentais. Ainda pediu que fizessem o bom uso tanto da horta como das Bombas, garantido sua manutenção para que essa durasse em prol do desenvolvimento da aldeia.
Para o Delegado Regional da Agricultura, Issufo Balde, só com uma aposta séria na agricultura que o país pode dar respostas aos desafios dos sistemas sanitário e educativo e reduzir os preços dos produtos alimentares no país, com realce do preço do arroz. E acrescentou que num campo hortícola pode ser praticada a plantação de outras culturas para além de legumes que podem ajudar na segurança alimentar e defendeu uma vedação de cercas vivas
Mostrou-se satisfeito com as ações da Tiniguena e pediu à comunidade que aposte na escolarização dos seus filhos como um dos meios para acabar com a pobreza visto que com a escola estes podem servir melhor a comunidade já que é um dos meios que pode acabar com a pobreza
O Diretor Executivo da Tiniguena na sua intervenção alertou a comunidade que a sustentabilidade das ações da Tiniguena naquela aldeia depende do empenho, da continuidade e gestão sustentável das ações beneficiadas de cada pessoa. Lembrando que o desenvolvimento se alcança com a união no seio da aldeia, com a escolarização das crianças, a inclusão das gerações e de géneros.
“Com esta horta e bomba viemos vos dizer que nós estamos com vontade de continuar a contribuir para o desenvolvimento da comunidade, mas isso só dependerá do empenho e firmeza da vossa parte em lutar connosco, cumprindo as vossas responsabilidades de estar a frente do próprio projecto de desenvolvimento de Brandão”, advertiu.
A presidente da Horta, Aua Mané, disse que o projectoEGALE-AO, trouxe mudanças na sua tabanca, porque antes as mulheres enfrentavam muitas dificuldades mas graças a ações da Tiniguena reduziram-se e também estão mais cientes da sua responsabilidade perante o desenvolvimento da aldeia.
“A Tiniguena nos fez saber que a mulher e o homem têm os mesmos direitos, trouxe-nos a mudança. Aqui a água era uma grande dificuldade, mesmo querendo uma mulher fazer horta, a água constituía uma barreira. E agora estamos descansadas com a bomba, porque até para o que consumimos era necessário busca-la em outras aldeias” disse.
Comité da Tabanca, Mamadu Indjai agradeceu a Tiniguena e pediu mais união e empenho da sua comunidade para a conservação das hortas e Bombas. E mostrou que ainda precisam de mais ações porque enfrentam outras preocupações.
O projeto “EGALE-AO” que visa reforçar a Igualdade de Género através da Agroecologia Liderada por Mulheres na África Ocidental, melhorar o acesso e o controle dos recursos económicos (entre os quais terras) pelas mulheres rurais marginalizadas graças a sistemas alimentares resistentes ao clima e bio diversificados na Guiné-Bissau.

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