TINIGUENA PARTILHA EXPERIÊNCIAS DE INTEGRAÇÃO DAS COMUNIDADES LOCAIS NA GOVERNANÇA E GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS

A Tiniguena apresentou na 11ª edição do Fórum Regional Costeiro e Marinho suas experiências de intervenção comunitária para garantir a sustentabilidade dos territórios e dos patrimónios naturais, a soberania alimentar, económica, ambiental, cultural e política perante os desafios das alterações climáticas no país.

No terceiro dia do 11º fórum realizado em Bissau foram partilhados quatro modelos de intervenção comunitária através do seu “side event”.  As experiências assentam no desenvolvimento participativo, colocando as populações no centro das intervenções, passando a ser beneficiários, público alvo e atores nas ações de desenvolvimento.

No modelo de Áreas e Territórios de Património Autóctone e Comunitário (APAC), que assegura a proteção dessas Áreas  (AIC) nas zonas costeiras da Guiné Bissau, a conservação dos recursos naturais, florestas sagradas e outros sítios de importância histórica, religiosa, espiritual e de uso cultural para a comunidade local, garante a gestão sustentável dos recursos naturais de forma a resultar no desenvolvimento sustentável, acesso e perenidade das plantas de uso medicinal e a diversidade biológica, florística e faunística em geral, bem como dos recursos hídricos ou geológicos.

O modelo da Promoção de Ação Feminista na governança dos territórios e construção da resiliência climática, que tem como objectivo envolver mulheres e jovens a fazerem parte dos órgãos locais de tomada de decisões no âmbito de execução de políticas de conservação da biodiversidade, adaptação climática e empoderamento das mulheres e jovens rurais para a autonomia económica e energética face à crise climática.

A restauração do ecossistema de Mangal nas zonas de produção de arroz, no litoral sul, cujo objetivo é apoiar a restauração e a reabilitação da funcionalidade e serviços dos ecossistemas de mangais degradados para melhorar a segurança alimentar e a mitigação das mudanças climáticas. A iniciativa abrange mulheres e homens (jovens e adultos) das comunidades de Enxude e Djabada Porto. A mobilização das comunidades para a atividade de reflorestação do mangal faz-se,  juntamente com organizações parceiras, com animação, sensibilização particularmente de jovens e mulheres, mesmo sem a presença da Tiniguena . A mobilização envolve igualmente sessões de cine-debates sobre o meio ambiente em particular e sobre a preservação dos ecossistemas.

E finalmente o modelo de Feminismo e Agroecologia nas comunidades rurais do litoral do norte, leste e sul do país, tem o foco de melhorar a igualdade de género e o empoderamento das mulheres nas zonas rurais pobres. Foram envolvidas nas sessões de formação 95% mulheres (40% raparigas jovens 60% adultas) e 5% dos homens (30% rapazes jovens 70% adultos) e neste último incluiu-se também as autoridades tradicionais nas regiões de Bafatá, Oio e na região de Quinara. Com objectivo de reforçar os grupos de mulheres rurais para defenderem os seus direitos, melhorarem os seus meios de subsistência , garantindo o direito à terra e aos recursos, construindo e desenvolvendo sistemas alimentares nutritivos.

De referir que o 11º fórum da PRCM que juntou especialistas, decisores, ONGs e profissionais ambientais, institutos de investigação, e a sociedade civil para uma reflexão e discussão da “Conservação, resiliência e desenvolvimento sustentável da costa oeste africana face às mudanças globais”, termina hoje, sexta-feira, 26 de abril de 2024.

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