Historial Das Visitas De Estudos E Da Geração Nova Da Tiniguena
Origens e evolução das visitas de estudos da Tiniguena
A história da Geração Nova da Tiniguena, GNT, está intrinsecamente associada às visitas de estudos a sítios do património natural e cultural nacional.
Tudo começa nas Matas de Cantanhez, em 1993.
Foi quando a Tiniguena realizou a sua primeira visita de estudos de alunos da capital, no quadro da designada “Iniciativa Cantanhez”. Consideradas como sendo as mais belas florestas da Guiné-Bissau desde os tempos coloniais, Cantanhez foi identificada como uma zona a proteger, no âmbito do projeto de planificação costeira, por abrigar as mais importantes florestas sub-húmidas deste país. Em 1992, a UICN lançou um alerta sobre as graves ameaças que pairavam sobre Cantanhez, convidando as ONGs guineenses AD, Alternag e Tiniguena a se associarem a ela para identificarem e implementarem um projeto de congregação de esforços para salvar aquelas matas, ao qual chamaram “Iniciativa Cantanhez”.
O projeto tinha uma forte componente de informação e sensibilização do público nacional sobre o valor daquelas florestas para a biodiversidade e o clima, para a cultura e a economia das populações residentes e do país. A realização de visitas de estudos de crianças da capital, de campanhas de sensibilização e outros suportes de comunicação (calendário e postais) faziam parte das ações propostas, que a Tiniguena decidiu levar a cabo porque se enquadrava bem no âmbito do seu programa de Educação para o Desenvolvimento. Para o efeito, preparou um microprojecto que seria financiado pela Oxfam-América, para levar 20 crianças de uma escola de Bissau a visitarem aquelas florestas, ao qual intitulou: “Conhecer para Amar, Amar para Proteger: Cantanhez”.
O cerne da proposta era fazer das crianças vetores da informação e sensibilização do público sobre a beleza e riqueza das matas de Cantanhez e as ameaças que sobre elas pesavam. Para tal, era necessário que elas pudessem, em primeiro lugar, conhecer no terreno o que é uma floresta e muito em particular a de Cantanhez, como funciona, que recursos e serviços fornece, quer para as populações locais, quer para o país e mesmo para o mundo. Por isso, precisavam de ter um determinado tempo para ver, compreender e “sentir” a floresta e os seus habitantes.
O projeto de Planificação Costeira foi iniciado pela UICN, em 1989, em parceria com a então DGFC e com a colaboração técnica da ONG canadiana CECI
A preparação da aventura
A nossa opção foi a de preparar um programa de vista de 7 dias, que lhes permitisse conhecer uma amostra significativa das manchas de florestas ainda bem conservadas, das espécies que podem ali ser observadas, de outros ecossistemas e paisagens características da região, da vida das populações e sua cultura, das dinâmicas locais de conservação e desenvolvimento, dos problemas e desafios enfrentados. Um programa que incluísse igualmente momentos de descontração, lazer e confraternização entre os alunos e destes com outras crianças das tabancas visitadas, para favorecer intercâmbios e camaradagem numa abordagem “aprendizagem em festa”.
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